sábado, 14 de fevereiro de 2009

não tarda aí o crepúsculo




corpo de mim minha árvore podada
a quem pela presença insistente do olhar
foi ofertada a multiplicidade do ser
corpo em misterioso jardim plantado
cujo tronco ergue-se solene e calmo
e seus ramos roçando o céu imitam
dedos amorosamente entrelaçados
corpo meu ergue a voz poderosa
que desde os tempos imemoriais
pune o silêncio e castiga a morte

deixa meu corpo que a palavra se solte
e que a palavra esvoace através do éter
e cruze em todas as direcções o esférico
semeando aqui e ali as fiadas de rosas
que apascentam os rebentos do real
e que muito ao lonje e lá no alto vão
ao real acrescentando novos lugares
só pelo poder que têm de designar


1 comentário:

Rosa dos Ventos disse...

Finalmente encontrei-te, Perdido!
Graças às orientações dadas e no entanto era fácil...
Quanto ao crespúsculo ele vai começar a chegar cada vez mais tarde...
Dizer-te o quê?
Que te entendo, que estou contigo, avançar mais seria sobrecarregar-te!

Abraço

Filosofemas publicados no blogue "O Tremontelo" (2007)


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